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CIRCULAÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS NO ESPAÇO PORTUGUÊS QUINHENTISTA

RESUMO

No dealbar da Idade Moderna o porto de Lisboa – resguardado pela barra do Tejo, singular pelas suas águas profundas – abriu as portas da cidade ao mundo conhecido e por conhecer, facultando segurança aos enormes navios transoceânicos aí fundeados e facilitando cargas e descargas de pessoas e bens, de e para África, Ásia e Novo Mundo.

Daqui partiam trombetas e charamelas no séquito de Governadores e Vice-reis, flautas e sacabuxas destinadas à missionação, gaitas e outros instrumentos para recreação a bordo; órgãos e sinos integravam ricas ofertas diplomáticas para soberanos de outros continentes, numa política de expansão da fé cristã há muito iniciada.

Intencionalmente ou não, Portugal difundia, juntamente com os instrumentos musicais, modelos culturais e artísticos de matriz europeia que iriam insinuar-se em novas geografias, entre gente «afastada por tantos intervalos de mar e terra». Daqui partiam instrumentos e músicos para o Brasil, Angola e Índia, transitando de Goa para Ormuz, Etiópia e Japão.

Este artigo visa dar uma panorâmica das práticas musicais introduzidas nesses territórios, destacando de forma não exaustiva alguns dos principais instrumentos aí utilizados, bem como o modo como se foram adaptando às novas realidades encontradas e vividas pelos portugueses.

 

Isabel Monteiro, IL DOLCIMELO

Revista Portuguesa de História – t.  XLVI (2015) – p. 99-123 – ISSN: 0870.4147

Imprensa da Universidade de Coimbra. DOI: http://dx.doi.org/10.14195/0870-4147_46_6
 

 

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