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A ASSUNÇÃO DE VASCO FERNANDES: UM OLHAR MUSICOLÓGICO

RESUMO
A música da primeira metade do século XVI, caracterizada por uma escrita polifónica a três ou quatro partes, encontra-se presente na arte coeva através da representação de instrumentos e outros elementos musicais. O tema da Assunção da Virgem, materializado repetidamente na pintura portuguesa deste período, apresenta com frequência coros de anjos – cantores e/ou instrumentistas – contribuindo como fonte iconográfica para possíveis leituras musicológicas. Se por um lado esta informação ganha relevo pela inexistência de tratados instrumentais portugueses, por outro há a considerar que a iconografia nem sempre reflecte uma praxis musical, tanto mais que o tema teológico da Assunção de Maria não está patente na Bíblia.

Quantos instrumentos ou quais figuram na Assunção da Virgem? Haverá um padrão? Que podem eles significar, de acordo com o papel que desempenham na época? Apresentando aspectos relativos à música e instrumentos das primeiras décadas de Quinhentos, analisam-se aqui alguns painéis com o tema da Assunção da Virgem que incluem representação instrumental, interpelando-os. Neste contexto dá-se particular relevo à obra de Vasco Fernandes, procurando questioná-la, levantar hipóteses e desejavelmente afastar equívocos.
 

Isabel Monteiro, IL DOLCIMELO

Texto completo em: Ao tempo de Vasco Fernandes, coord. ed. Rui Macário Ribeiro [117-128]

Viseu: DGPC/ Museu Nacional Grão Vasco/ Projecto Património, 2016 (117-128) ISBN 978-972-776-472-3

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